19 de abril de 2011

Desabafo


É a arte de derramar a alma perante o Senhor, retirando de dentro e colocando para fora todo e qualquer sentimento, mágoa, ressentimento, queixas, inquietação, ansiedade, medo, indignação desmedida, revolta e coisas assim.

Texto: Salmos 62.8: “Confie Sempre em Deus, meu povo! Abram o coração para Deus, pois ele é o nosso refúgio”.

Salmos 62.8: “Confiai nele, ó povo, em todo o tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio”.

A Bíblia Sagrada nos encoraja a efetuarmos o desabafo, observamos através dos livros de Jó e Salmos que contém inúmeros desabafos.

Ana também desabafou em I Samuel 1.15-16, quando disse: “... estou desesperada e estava orando, contando a minha aflição ao Senhor. Não pense que sou mulher sem moral. Eu estava orando daquele jeito porque sou muito infeliz e sofredora.”

Esta expressão de desabafo, em sua maioria na Palavra é relatada como sendo “derramar o coração perante o Senhor, como o salmista o fez 142.1-2: “Eu clamo a Deus, o Senhor, pedindo socorro; eu suplico que me ajude. Levo a ele todas as minhas queixas e lhe conto todos os meus problemas”.

Paulo escreveu aos Gálatas 6.2: “Ajudem uns aos outros e assim vocês estarão obedecendo à lei de Cristo”. Ou seja, Paulo quis dizer: Partilhem as mesmas dificuldades e problemas uns dos outros, obedecendo desta forma à ordem do Senhor.

Queridos, a própria medicina encoraja o desabafo, sendo esta umas das maneiras para combater o estresse, doenças do coração.

Como parceiros em nosso desabafo, devemos utilizar, aqui faço menção a três coisas:

1) Desabafo espiritual: que é a conversa, a exposição de sentimentos perante a Deus, através da oração e súplicas, quando efetuado de todo o coração e com fé, interrompe uma situação de intensa e imensa amargura vivenciada pela pessoa.

2) Desabafo doméstico/familiar: Entre os membros da família, ligados pelo amor e pela carne, entre os membros da igreja, irmãos da fé, ligados pelo amor e pela mesma fé que os une em Cristo.

3) Desabafo Clínico: É o efetuado perante o pastor, perante um conselheiro religioso, ou mesmo, um profissional capacitado, como um psicólogo, psicanalista ou mesmo psiquiatra.

Quero dizer-lhe que desabafo não é pecado, pecado é você guardar, alimentar estes sentimentos de rancor, tristeza, dentro de você, onde o fará remoer e trazer gaves males à sua vida física e espiritual.

Rapidamente quero trazer à vossa memória o desabafo de Jó, pois ele conhecia e praticava a arte do desabafo, conforme vemos em Jó 7.11 “Por isso, não posso ficar calado. Estou aflito, tenho de falar, preciso me queixar, pois o meu coração está cheio de amargura”. No capítulo 10.1: “Estou cansado de viver. Vou me desabafar e falar da amargura que tenho no coração”. Já no capítulo 16.6: Mas, se falo, a minha dor não se acalma, e, se me calo, o meu sofrimento não diminui”.

Além disto, Jó fazia perguntas ousadas, como descrito em Jó 3.11-12: “Porque não nasci morto? Porque não morri ao nascer? Porque a minha mãe me segurou no colo? Porque me deu o seio e me amamentou?” no versículo 20-21: “Por que os infelizes continuam vendo a Luz? Por que deixar que vivam os que têm o coração amargurado? Eles esperam a morte, e ela não vem, embora a desejem mais do que riquezas”, já no capítulo 6. 11-12: “Onde estão as minhas forças para resistir? Por que viver, se não há esperança? Será que sou forte como a pedra? Será que o meu corpo é de bronze?”

Imagino as queixas de Jô como deveriam ser, ao analisar o que Jó chegou dizer no capítulo 16.2: “Já ouvi tudo isso antes; em vez de me consolarem, vocês me atormentam. Já no capítulo 19. 17-19, diz: “A minha mulher não tolera o mau cheiro de minha boca; os meus irmãos tem nojo de mim. Até as crianças me desprezam; assim que me levanto, já estão zombando de mim. Todos os meus amigos íntimos me detestam; as pessoas que eu mais estimo estão contra mim. No capítulo 30.26: “Eu esperava a felicidade, e veio a tristeza; eu aguardava a luz, e chegou a escuridão”.

Quero deixar claro que desabafar, não é murmurar, embora a linha de separação entre os estes seja muito tênue, próxima, tanto que uma coisa pode até ser confundida com outra. A diferenciação é que se for uma exposição respeitosa na presença de Deus de alguma tristeza, de algum sentimento que está a corroer a sua vida, a sua alma, então o desabafo não é pecado. O desabafo, deixa de ser desabafo, quando não se fala mais com Deus, mas contra Deus. Aí entra a murmuração que é pecado grave, conforme relatado em I Coríntios 10.10.

Antes de terminar minhas singelas palavras, quero te fazer algumas perguntas:

1) Onde tens colocado aquele arquivo enorme de mágoas, ressentimentos e lembranças negativas?

2) Em sua experiência pessoal, “alegria compartilhada é alegria aumentada e dor repartida é dor diminuída?

3) Que julgamento você faz de Jó ao ler o seu desabafo: “ Detesto a vida; não quero mais viver” (Jó 7.15-16)?

Se você querido irmão ainda tens guardado dentro de você, de seu coração, estes sentimentos negativos, que causam tristezas, incômodos em seu viver, quero convidá-lo a exercitar o recomendado pelo apóstolo Paulo, trazendo à presença de Cristo todo pensamento, e este pensamento deve vir aprisionado.

Se você tem dificuldade em compartilhar a sua alegria e repartir a sua dor, quero convidá-lo neste momento a rever os seus conceitos, pois Cristo Jesus aqui está para te ajudar e mudar o quadro de sua vida.

Se você encontra-se como Jó que perdeu a alegria de viver, venha saciar neste momento pois a fonte da vida está aqui, a fonte da alegria, do prazer, do refrigério, do deleite, do bálsamo, venha até Jesus, pois Ele permanece de braços abertos para te ajudar, te fortalecer, te orientar e te dar a direção, o escape, o alívio, a paz que tanto procuras, aproveite a oportunidade. O Mestre te chama!

No amor do Pai,

William Pessôa



(baseado na apostila de práticas devocionais, de autoria de Élbem M. Lenz César, proferida no Acampamento Igreja Presbiteriana Ebenézer de São Paulo no período de 24 a 28/02 de 2.006), Bíblia Sagrada na Nova Tradução na Linguagem de Hoje

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